Pânico
Estou fora de mim. Lys desapareceu no meio da festa — sumiu sem deixar rastros. O celular ficou na bolsa, o que só piora tudo. Ben e Madeline ligaram imediatamente para a polícia. A preocupação no olhar deles já passou do limite. Sinto como se o chão tivesse sumido debaixo dos meus pés.
A cada minuto, a angústia me corrói. Liguei para todo mundo que conhecemos. Nada. Ninguém a viu. Todos estão procurando, mas não há pista, não há sinal, não há sentido.
Quem faria isso com ela? Por quê?
A cabeça gira. O peito aperta tanto que acho que vou desmaiar. É como se o mundo estivesse ruindo em volta de mim — e eu só consigo repetir: "Ela precisa voltar. Ela tem que voltar."
VINTE E QUATRO HORAS DEPOIS
A notícia explode na TV:
“Lily Davison O'Donnell está desaparecida.”
O nome dela no noticiário faz tudo parecer mais cruel, mais real. Um pesadelo filmado ao vivo. Mesmo com toda a mobilização, nada, nenhuma pista. O silêncio é ensurdecedor.
— Joe, querido… vá descansar um pouco. — Madeline tenta me confortar. — Você passou a noite inteira acordado. Ben já contratou investigadores particulares. Ele acha que a polícia não está fazendo o suficiente.
— Eu não posso dormir, Mad. Eu não posso respirar. Ela é tudo o que eu tenho. Precisam encontrá-la. Eu… eu preciso dela.
— Eu sei, meu amor. Mas ela vai precisar de você forte, quando for encontrada. Seus pais estão vindo pra cá. Talvez… talvez ajude tê-los por perto.
Agradeço com a cabeça, mas… não. Nada vai me ajudar. Só ela. Só tê-la de volta.
Fico imaginando onde está. Como está. Se está com medo. Se está machucada.
Estou rezando mais do que jamais rezei na vida — implorando a qualquer coisa que me ouça: por favor, devolvam ela pra mim. Não tirem isso de nós.
Meu irmão veio me dar apoio. Karen quer fechar os estabelecimentos, mas não deixei. Se por um milagre ela aparecer por lá, alguém precisa estar lá. Meu irmão volta hoje. Karen vai ficar na casa da Lys. Estamos todos exaustos. Desesperados. Despedaçados.
Ben já perdeu a paciência com os policiais mais vezes do que deveria. Os investigadores particulares estão vasculhando tudo. Nada. Nada.
Quando o telefone toca, meu coração para. Corro para atender, o suor escorrendo pelas costas.
— Alô?
— Joe?
— Sim! Quem é? — minha voz sai trêmula, entre a esperança e o terror.
— É o Douglas. Eu... entrei em contato com o advogado da tia da Lys... e ela também sumiu. — a voz dele vem rápida, alarmada. — Joe, aquela mulher é perigosa. Pede pra polícia rastrear ela imediatamente. A Lys tem uma ordem de restrição contra ela!
Meu corpo congela. O telefone quase cai da minha mão.
Como não pensei nisso antes?
Eu tinha esquecido... ou melhor, recalcado. Lys me contou que a tia já a ameaçou. Mas jamais pensei que ela teria coragem de...
Olho para os policiais. Eles ouviram. Pegam o telefone da minha mão com urgência.
— Vamos localizar agora mesmo. — diz um deles.
Pediram para Douglas prestar depoimento imediatamente. É tudo tão rápido, mas ao mesmo tempo o tempo parece se arrastar. Uma nova esperança nasce — tênue, mas viva.
Talvez tenhamos encontrado um fio, o primeiro.
Talvez ainda haja tempo.
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