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Mostrando postagens de julho, 2025

Agradecimentos Especiais

 Um livro não é feito da noite para o dia, e caramba, eu consegui terminar este! Pode não ser perfeito para todos, mas para mim, este é um final perfeito. Tenho muito a agradecer aos amigos que me apoiaram. Eu juro, não teria terminado sem o incentivo e a força que me deram. Vocês me fizeram acreditar que eu tinha potencial. E as colaborações, mesmo que esporádicas, me ajudaram imensamente. Dedico este livro a todos os amantes da leitura e, especialmente, aos amantes da vida. Somos todos imperfeitos, mas perfeitos para alguém. Talvez você ainda não tenha encontrado esse alguém, mas não se apresse: ele virá.

O Início de um Novo Capítulo

 Enquanto levamos o conversador Tom para a aula, e sim, nós três — ele, Lys e eu — roubamos alguns biscoitos da bandeja, observo a interação genuína de irmãos. Apesar de não terem o mesmo pai, são incrivelmente parecidos. A forma como Tom coça o nariz ao refletir, um gesto idêntico ao de Lys, é fascinante. Depois de deixá-lo na escola e de esperar quase trinta minutos pela longa apresentação de Lys a todas as crianças de sete, oito e nove anos, fico a imaginar. Como seria ter uma família? Não meus pais e meu irmão, não Lys, sua mãe e tio, mas eu sendo pai e Lys sendo mãe. Seria incrível. Aposto que ela negaria até a morte que quer ser mãe, mas é visível o amor dela pelas crianças, a atenção que dedica a cada palavra que dizem. Ela seria uma ótima mãe, com o risco de estragar o filho por excesso de amor. Enquanto seguimos caminho para nossa casa — ou, em breve, nosso lar — penso em uma forma de demonstrar o quanto amo essa garota. Tenho uma ideia brilhante, mas vou precisar de refor...

Preciso mais disso que você

Um lugar lindo. Enquanto Joe dirige, meus olhos percorrem a paisagem, tentando absorver cada detalhe. Perdão. Absolvição. Hoje, essas palavras ganham um novo sentido. Quero uma vida onde todos os que me importam estejam presentes, quero perdoar e absolver quem se culpa. Nossa maior virtude é saber quando esquecer certas coisas. O caminho se revela lindo: uma chácara, quase uma pequena fazenda, afastada da cidade e um tanto escondida, mas sem perder a beleza singular. A casa é grande, imponente e belíssima, com um estilo rústico que revela personalidade. Fico parada na porta por alguns instantes antes de bater. Joe percebe minha relutância, segura minha mão e aperta levemente, um encorajamento silencioso. Inspiro fundo e, antes que a coragem me abandone, bato. Ouço passos. A porta se abre, e um menino de cabelos castanhos e olhos verdes intensos surge. Ele me encara por alguns instantes e faz o que jamais poderia imaginar. — Irmããã! Eu queria tanto conhecer você, mas a mamãe sempre dizi...

O valor da vida

 Quando meus olhos se abrem, percebo que Joe já se banhou e trocou de roupa. Ele está mais belo do que a manhã, e um instinto antigo me assalta: preocupação com minha própria aparência. Mas ele me observa, e um sorriso se abre em seu rosto. — Está linda. — Como sabe que era isso que eu estava pensando? — Eu sei de tudo — ele responde, com aquele sorriso presunçoso que sempre me desarma. A lembrança de minha mãe inunda meus pensamentos. Não sei se a emoção é alegria ou mágoa. Tanta coisa eu vivi em sua ausência… e, por todo esse tempo, ela estava viva. A médica entra no quarto e confirma: nenhum ferimento físico, apenas o sinal de um choque profundo. Mal posso esperar para voltar para casa e deixar tudo isso para trás. O Reencontro em Tons de Poesia Ao deixar o hospital, meus braços buscaram o abraço de meus tios e primos. Estavam todos ali, como um resquício do tempo que eu havia perdido. E então, meus olhos a encontraram. Ela. Minha mãe. Seus cabelos, o mesmo tom dos meus, uma mel...

O crescimento do amor

 Enquanto Lys dorme, sei que preciso entender melhor toda essa história. Quando entro na sala, Ben discute com Claire, a mãe dela. — Claire, como você pôde? Ela era só uma criança. E você deixou que aquele homem a criasse… — Não fala como se fosse simples. Você sabe que não foi. Ele me ameaçou. O Gideon me tirou das ferragens, me salvou... mas quando ele soube que eu ainda estava viva, jurou que a levaria pra longe de mim, que eu nunca mais a veria. O que você faria no meu lugar? — Não sei. Mas abandonar a própria filha? Claire, isso não tem justificativa. — Não me julgue. Eu fiz o que achei que era o melhor. Eu estava com medo. — Medo? Você tinha a mim, tinha o Gideon. Acha mesmo que a gente permitiria que ele tirasse a Lys de você? Por que não me procurou? Por que me deixou achando que você estava morta? Fez a gente sofrer. Fez a sua filha sofrer. — Eu sei. E não tem um dia que eu não pense nisso. Mas eu fiquei por perto, mesmo de longe. Nunca deixei de cuidar dela, de amar...

Mãe?

 Quando tiram o saco da minha cabeça, a luz me cega por instantes. Não consigo ver nada, só ouvir. — Fica quieta. Vou desamarrar você, mas não corra. O homem está desmaiado. Vamos sair daqui de carro, certo? Assinto. Não sei quem ela é, mas parece melhor do que ser levada para um lugar desconhecido. — Para onde vamos? — pergunto, com a voz rouca. — Para casa, querida. —  Essa voz, estou alucinando por desidratação ou pelo eter, mas essa voz... não pode ser... não pode, mesmo assim pergunto. — Mãe...? — sussurro, sem acreditar. — Silêncio. No caminho eu te explico. É ela... Por favor faço uma oração para que isso seja real... só dessa vez. Talvez eu esteja alucinando, talvez tenha morrido. Só sei que faço tudo o que ela manda. A medida que meus olhos se acostumamm começo a observar a mulher que esta me ajudando, ela está diferente — mais velha, mais cansada — mas ainda assim, bonita. Saímos em alta velocidade. Ela liga para a polícia e avisa que me encontrou. É tudo tão...

O tempo é meu maior pesadelo

 Já se passaram quarenta e oito horas sem notícias. Estou à beira do desespero. Pago o que for, qualquer valor de resgate, mas ninguém viu nada. O tio de Lys ofereceu quase dois milhões, e mesmo assim... nada. Isso me apavora mais do que qualquer coisa — quem está com ela não quer dinheiro. Fico imóvel, olhando para o relógio e para o telefone como se, de algum modo, isso fosse trazê-la de volta. Não quero conversar, não quero ouvir palavras de consolo. Só quero a minha pequena Lys de volta.

O Peso da Incredulidade

 A sede é constante, seca por dentro como se não houvesse mais corpo. A fome tira o pouco de energia que ainda resta. Estou fraca. A única coisa que me mantém alerta é o pensamento de que talvez alguém esteja me procurando. Passos. Uma voz conhecida. — Você é mais resistente do que eu imaginava — diz Martha, parada diante de mim como se tudo fosse perfeitamente normal. — Não vim antes para não levantar suspeitas. Mas agora é hora de mudar de lugar. Aqui já não serve mais. Ela sorri. Mas não é um sorriso gentil. É vazio, frio, como quem já desistiu de fingir qualquer humanidade. — Joe... — penso. Se ele estiver me procurando, por favor, não pare. — Criança intrometida. Você acha mesmo que eu ia deixar você ter a vida que me foi negada? — Eu não te fiz mal — respondo, mesmo com dificuldade. — Me solta. Você ainda pode sair dessa. — Sair dessa? — Ela ri, amarga. — Você tem tudo agora. Gente do seu lado. Uma família. E eu? Fiquei com nada. O que estou fazendo é o que você merece...

Pânico

  Estou fora de mim. Lys desapareceu no meio da festa — sumiu sem deixar rastros. O celular ficou na bolsa, o que só piora tudo. Ben e Madeline ligaram imediatamente para a polícia. A preocupação no olhar deles já passou do limite. Sinto como se o chão tivesse sumido debaixo dos meus pés. A cada minuto, a angústia me corrói. Liguei para todo mundo que conhecemos. Nada. Ninguém a viu. Todos estão procurando, mas não há pista, não há sinal, não há sentido. Quem faria isso com ela? Por quê? A cabeça gira. O peito aperta tanto que acho que vou desmaiar. É como se o mundo estivesse ruindo em volta de mim — e eu só consigo repetir: "Ela precisa voltar. Ela tem que voltar." VINTE E QUATRO HORAS DEPOIS A notícia explode na TV: “Lily Davison O'Donnell está desaparecida.” O nome dela no noticiário faz tudo parecer mais cruel, mais real. Um pesadelo filmado ao vivo. Mesmo com toda a mobilização, nada, nenhuma pista. O silêncio é ensurdecedor. — Joe, querido… vá descansar um...

Três meses depois

 Família, para quem nunca teve uma, é um tesouro que não se pode descrever. Agora eu tenho primas, um tio que insiste em aparecer sempre que pode, e até uma sobrinha encantadora. Descobri que meu tio é realmente muito rico — Joe e eu quase nos perdemos no jardim da casa dele — mas, para minha surpresa, ele é uma das pessoas mais humildes e generosas que já conheci. Isso me fez imaginar como seria minha mãe… talvez tão doce quanto ele. Minha tia Madeline é simplesmente deslumbrante. Sua pele negra parece reluzir como porcelana viva, e sua elegância faz parecer que saiu de uma capa de revista. Ela é artista, fotógrafa e pintora. E, além de tudo, é divertida. Os meus primos me acolheram com carinho. Pela primeira vez, senti o que é estar cercada por afeto genuíno, sem pressa, sem julgamentos. Só… presença. — Que bom que você veio! — disse Madeline, sorrindo. — Imagine o tédio dessas festas sem você. Meus filhos se recusam a aparecer, e como esposa fiel, eu acompanho meu marido. Mas ...

A Luz do Dia Está Próximo

  Sabe quando você carrega sacolas demais, por um caminho longo, e os dedos ardem, os ombros reclamam, e por um momento você pensa que não vai conseguir dar mais um passo? E então, alguém aparece e te ajuda — e o alívio é tão imediato, tão inesperado, que você sente que pode correr quilômetros só por ter deixado um peso para trás. Foi assim que me senti depois de contar a Joe sobre meu tio. Eu o encontrei — ou ele me encontrou, não sei ao certo. Disse que não sabia para onde havíamos nos mudado. Estava em Oxford quando minha mãe se casou, e quando voltou, ela já havia desaparecido do mapa. Os pais dela, meus avós, nunca deram notícia. Ele só soube que ela tinha uma filha agora, comigo. Disse que ficou confuso quando contei que descobri sobre ele por uma carta. Ele não lembrava de tê-la enviado. E eu, covarde, não consegui contar que mamãe tinha morrido. Hoje é o dia do nosso encontro. Joe segura minha mão com força. Talvez ele perceba o quanto estou nervosa — ou talvez eu só est...

Tudo é Possivel

 Deixo Lys em casa com certa relutância. Nossa noite foi inesquecível. Descobri que sim, é possível se apaixonar mais de uma vez pela mesma pessoa — porque é exatamente o que está acontecendo comigo. Ela também não queria que acabasse, dava pra sentir. Ficamos no carro por mais quinze minutos, tentando segurar o tempo com as mãos antes de voltar à realidade. Ao chegar na casa dos meus avós, eles já estavam acordados. Cumprimentei minha avó com um beijo carinhoso e meu avô com um sorriso cúmplice — que retribuíram com aquele olhar de quem sabe mais do que diz. Fingi não perceber e subi. Meu celular estava sobre a cama quando vibrou. E claro, era quem eu imaginava. Lys: É cafona dizer que estou com saudades? Joe: Me diz você... porque eu estou. ♥ Lys: Somos um casal cafona? Eu não me importo. Sinto sua falta, mas preciso trabalhar. Joe: Eu também. Amo você. Lys: Eu amo mais... Joe: Veremos... Lys: ;-) Fico ali, encarando a tela, esperando uma resposta que não vem. Ao...

Estou no céu

 Eu chamaria isso de incrível... Não, é mais do que isso. É surreal. Ele fez tudo isso... para mim. Ainda não consigo acreditar. Cada detalhe carrega um cuidado que me deixa sem chão. As velas, o ambiente, a escolha do lugar — como se ele tivesse entrado no meu coração e perguntado em silêncio: “O que faria Lily se sentir amada hoje?” Ele me observa com expectativa, como quem não aguenta mais o suspense. E eu? Continuo muda, boquiaberta. Quando, em toda minha vida, alguém fez um jantar para mim? Talvez uma vez — Karen, com aquele jeito desajeitado e doce. Mas alguém que pensou em mim desse jeito? Que me viu por inteira ao planejar um momento? Sinto como se corresse o risco de me apaixonar sem volta. E o mais curioso é que não parece um risco — parece destino. Joe mexe no cabelo, visivelmente nervoso, e enfia a outra mão no bolso. Seu olhar carrega uma doçura infantil. — Gostou? — pergunta, meio inseguro. Apenas balanço a cabeça devagar, ainda sem conseguir falar. Ele sorri co...

Posso até não conseguir, mas posso tentar

Um jantar. Foi isso que planejei — simples, mas cheio de significado. À luz da lua e cercado por velas. Descobri um daqueles lugares escondidos dessa cidade que parece viver em outro tempo. O que mais me encantou aqui foram os detalhes — janelas antigas, galhos que se curvam ao vento, o aroma de flor com terra molhada. Escolhi esse cenário para nossa noite. Enquanto arrumo a toalha com mãos trêmulas e verifico pela terceira vez as velas, percebo o quanto estou inquieto. Há um nó no peito que só ela consegue provocar. Lys não é qualquer mulher. Ela transforma o que é comum em extraordinário. Quando sorri, o mundo desacelera. Quando olha, parece enxergar além. Admiro o jeito como morde o lábio distraída, como franze o nariz em dúvida, como não tenta esconder quando está me observando. Apenas observa, como se isso fosse, por si só, uma forma de tocar. Gosto dela por inteiro — do que mostra e do que guarda. Faz um mês e quinze dias desde que começamos. Parece pouco, mas foi o suficient...

A Linha Tênue da Felicidade: Desvendando o Passado

 O diário escorregou da minha mão. Senti a cabeça girar, o estômago embrulhado, como se estivesse caindo num abismo. A névoa foi se dissipando, revelando um lugar lindo — o parque da minha infância. Eu corria, pequena, livre. Minha mãe sorria, mas havia algo em seu olhar, um quê de inquietação. Ao seu lado, um homem. Mas não era meu pai. Esse homem a olhava com ternura. Era ele quem a abraçava. Ele quem brincava comigo, quem me fazia rir. Por que achei que fosse meu pai? Quem era aquele homem? E por que esse rosto, antes sem nome, agora me parecia tão familiar? Alguém me chamava. A voz ecoava, e tudo se dissolveu. Despertei como quem sai debaixo d’água sem fôlego. — Sra. Davison, está tudo bem? — Hã… sim. Não comi direito. Deve ser isso. — Quer algo? Podemos pegar um lanche. — Não, obrigada. Só… preciso ir pra casa. — Peguei minhas coisas com mãos trêmulas. Jane me olhava desconfiada. — Tem certeza? A senhora está pálida… — Só preciso descansar. Obrigada. — Saí dali com o c...