Postagens

A ultima Aposta Para um Recomeço

Agradecimentos Especiais

 Um livro não é feito da noite para o dia, e caramba, eu consegui terminar este! Pode não ser perfeito para todos, mas para mim, este é um final perfeito. Tenho muito a agradecer aos amigos que me apoiaram. Eu juro, não teria terminado sem o incentivo e a força que me deram. Vocês me fizeram acreditar que eu tinha potencial. E as colaborações, mesmo que esporádicas, me ajudaram imensamente. Dedico este livro a todos os amantes da leitura e, especialmente, aos amantes da vida. Somos todos imperfeitos, mas perfeitos para alguém. Talvez você ainda não tenha encontrado esse alguém, mas não se apresse: ele virá.

O Início de um Novo Capítulo

 Enquanto levamos o conversador Tom para a aula, e sim, nós três — ele, Lys e eu — roubamos alguns biscoitos da bandeja, observo a interação genuína de irmãos. Apesar de não terem o mesmo pai, são incrivelmente parecidos. A forma como Tom coça o nariz ao refletir, um gesto idêntico ao de Lys, é fascinante. Depois de deixá-lo na escola e de esperar quase trinta minutos pela longa apresentação de Lys a todas as crianças de sete, oito e nove anos, fico a imaginar. Como seria ter uma família? Não meus pais e meu irmão, não Lys, sua mãe e tio, mas eu sendo pai e Lys sendo mãe. Seria incrível. Aposto que ela negaria até a morte que quer ser mãe, mas é visível o amor dela pelas crianças, a atenção que dedica a cada palavra que dizem. Ela seria uma ótima mãe, com o risco de estragar o filho por excesso de amor. Enquanto seguimos caminho para nossa casa — ou, em breve, nosso lar — penso em uma forma de demonstrar o quanto amo essa garota. Tenho uma ideia brilhante, mas vou precisar de refor...

Preciso mais disso que você

Um lugar lindo. Enquanto Joe dirige, meus olhos percorrem a paisagem, tentando absorver cada detalhe. Perdão. Absolvição. Hoje, essas palavras ganham um novo sentido. Quero uma vida onde todos os que me importam estejam presentes, quero perdoar e absolver quem se culpa. Nossa maior virtude é saber quando esquecer certas coisas. O caminho se revela lindo: uma chácara, quase uma pequena fazenda, afastada da cidade e um tanto escondida, mas sem perder a beleza singular. A casa é grande, imponente e belíssima, com um estilo rústico que revela personalidade. Fico parada na porta por alguns instantes antes de bater. Joe percebe minha relutância, segura minha mão e aperta levemente, um encorajamento silencioso. Inspiro fundo e, antes que a coragem me abandone, bato. Ouço passos. A porta se abre, e um menino de cabelos castanhos e olhos verdes intensos surge. Ele me encara por alguns instantes e faz o que jamais poderia imaginar. — Irmããã! Eu queria tanto conhecer você, mas a mamãe sempre dizi...

O valor da vida

 Quando meus olhos se abrem, percebo que Joe já se banhou e trocou de roupa. Ele está mais belo do que a manhã, e um instinto antigo me assalta: preocupação com minha própria aparência. Mas ele me observa, e um sorriso se abre em seu rosto. — Está linda. — Como sabe que era isso que eu estava pensando? — Eu sei de tudo — ele responde, com aquele sorriso presunçoso que sempre me desarma. A lembrança de minha mãe inunda meus pensamentos. Não sei se a emoção é alegria ou mágoa. Tanta coisa eu vivi em sua ausência… e, por todo esse tempo, ela estava viva. A médica entra no quarto e confirma: nenhum ferimento físico, apenas o sinal de um choque profundo. Mal posso esperar para voltar para casa e deixar tudo isso para trás. O Reencontro em Tons de Poesia Ao deixar o hospital, meus braços buscaram o abraço de meus tios e primos. Estavam todos ali, como um resquício do tempo que eu havia perdido. E então, meus olhos a encontraram. Ela. Minha mãe. Seus cabelos, o mesmo tom dos meus, uma mel...

O crescimento do amor

 Enquanto Lys dorme, sei que preciso entender melhor toda essa história. Quando entro na sala, Ben discute com Claire, a mãe dela. — Claire, como você pôde? Ela era só uma criança. E você deixou que aquele homem a criasse… — Não fala como se fosse simples. Você sabe que não foi. Ele me ameaçou. O Gideon me tirou das ferragens, me salvou... mas quando ele soube que eu ainda estava viva, jurou que a levaria pra longe de mim, que eu nunca mais a veria. O que você faria no meu lugar? — Não sei. Mas abandonar a própria filha? Claire, isso não tem justificativa. — Não me julgue. Eu fiz o que achei que era o melhor. Eu estava com medo. — Medo? Você tinha a mim, tinha o Gideon. Acha mesmo que a gente permitiria que ele tirasse a Lys de você? Por que não me procurou? Por que me deixou achando que você estava morta? Fez a gente sofrer. Fez a sua filha sofrer. — Eu sei. E não tem um dia que eu não pense nisso. Mas eu fiquei por perto, mesmo de longe. Nunca deixei de cuidar dela, de amar...

Mãe?

 Quando tiram o saco da minha cabeça, a luz me cega por instantes. Não consigo ver nada, só ouvir. — Fica quieta. Vou desamarrar você, mas não corra. O homem está desmaiado. Vamos sair daqui de carro, certo? Assinto. Não sei quem ela é, mas parece melhor do que ser levada para um lugar desconhecido. — Para onde vamos? — pergunto, com a voz rouca. — Para casa, querida. —  Essa voz, estou alucinando por desidratação ou pelo eter, mas essa voz... não pode ser... não pode, mesmo assim pergunto. — Mãe...? — sussurro, sem acreditar. — Silêncio. No caminho eu te explico. É ela... Por favor faço uma oração para que isso seja real... só dessa vez. Talvez eu esteja alucinando, talvez tenha morrido. Só sei que faço tudo o que ela manda. A medida que meus olhos se acostumamm começo a observar a mulher que esta me ajudando, ela está diferente — mais velha, mais cansada — mas ainda assim, bonita. Saímos em alta velocidade. Ela liga para a polícia e avisa que me encontrou. É tudo tão...

O tempo é meu maior pesadelo

 Já se passaram quarenta e oito horas sem notícias. Estou à beira do desespero. Pago o que for, qualquer valor de resgate, mas ninguém viu nada. O tio de Lys ofereceu quase dois milhões, e mesmo assim... nada. Isso me apavora mais do que qualquer coisa — quem está com ela não quer dinheiro. Fico imóvel, olhando para o relógio e para o telefone como se, de algum modo, isso fosse trazê-la de volta. Não quero conversar, não quero ouvir palavras de consolo. Só quero a minha pequena Lys de volta.